terça-feira, 27 de abril de 2010

A mente apaga registros duplicados

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
  
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio.... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:

Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.

Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... enfim.... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...

ROTINA

A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.

Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.

Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.

Seja diferente.

Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A. !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos.

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES

di fE rEn tEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE...

V I V A !!!!!!!!

Por Airton Luiz Mendonça


(Artigo do jornal O Estado de São Paulo)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Cracolandia vai virar Cristolandia

Conheça algumas das missões evangélicas atuando na Cracolândia. Ali crentes têm enfrentado grandes desafios. Os relatos a seguir emocionam.

Localizada no centro de São Paulo, a Cracolândia é uma ferida aberta a revelar o terror do universo dos drogados no estado mais bruto. Em alguns pontos, os viciados tomam completamente o espaço público, calçadas e ruas, chegando a dificultar o trânsito de carros. O vai e vem é interminável. Diante do quadro de penúria dos corpos mutilados pelo crack, tem-se a impressão de estar diante de zumbis. A droga descola as pessoas da realidade. Luz ou noite, tudo igual. Passam dias sem comer ou dormir. O pouco que resta do raciocínio é totalmente devotado ao esforço de obter mais droga.

Furto, prostituição, mendicância. Tudo gira em torno da droga. O mundo prefere pensar que a este local não existe. Mas existe. É a realidade de milhares. Presos em uma armadilha de onde não se sai sozinho e a ajuda é escassa. O estado não assume a tarefa e esta é uma missão que poucos crentes têm a coragem e o preparo para enfrentar.

Na mente dos missionários atuando no local está a certeza de que esta é a vontade do Senhor, pois foi em cenários parecidos que Jesus atuou quando cruzou os limites das colônias de leprosos e das áreas marginalizadas durante Seu tempo entre nós.

Raspa do chifre do diabo

O Crack é um subproduto da Cocaína que até a última década era descartado devido a sua toxidade extremada até para os padrões dos traficantes. Atualmente, a droga é largamente vendida e é fumada em cachimbos improvisados. O Crack é uma droga poderosa que consome o físico e a mente e mata a maioria dos usuários em pouco tempo. O seu baixo preço a faz a droga dos mais pobres e marginalizados.

Alguns especialistas dizem que devido ao baixíssimo nível sócio-econômico do consumidor de crack e, consequentemente, a sua pouca expressão social, falta vontade política às autoridades para tomarem providências efetivas. Até mesmo o combate ao comércio da droga, não parece gerar interesse no poder público, como ocorre quando se trata de combater crimes de maior visibilidade.

As iniciativas do poder público no sentido de abordar a questão não passam da retórica. Quem tem feito a diferença são os cristãos evangélicos atuando no local. Já há vários grupos trabalhando na área e estão obtendo bons resultados em prol da vida e do Reino.

Um dos projetos no local desde o início de 2009 é o Radicais Brasil da Junta de Missões Nacionais, dos Batistas. Liderados pelo casal de missionários Humberto e Soraya Machado, o grupo circulou entre becos e favelas da capital, mostrando aos marginalizados que há esperança, apesar das circunstâncias.

Caminhar lado a lado com a população de rua, demonstrando interesse por suas vidas foi essencial para que o projeto se desenvolvesse. Logo nas primeiras ações, os Radicais presentearam com um par de muletas uma moradora de rua – grávida de sete meses e com uma fratura na perna, já que a sua havia sido roubada. “Ela chorava muito, e nós, que estávamos ali naquele momento, tínhamos que dar uma solução. Oramos, conversei com ela e pedi que me aguardasse. Voltaríamos com a resposta. Era desafiador… a garota não tinha como sair daquele lugar”, explicou Soraya. Mais tarde, a solução: um novo par de muletas. Daí por diante a confiança estava estabelecida. Ouviam-se dos marginalizados comentários do tipo: “Eles são sérios e fazem um excelente trabalho… eles são de Deus!”.

Os frutos que surgem precisam de um acompanhamento diário, sendo, em sua maioria, encaminhados para casas de recuperação, onde também recebem o discipulado. No trabalho com marginalizados, não basta retirar as pessoas das ruas. É necessário alcançar o foco do problema. Por isso, foi preciso alargar a tenda, alcançando também a Comunidade do Moinho, local de onde vem grande parte das drogas consumidas na Cracolândia. Paralelamente ao trabalho espiritual, os Radicais realizam atendimentos sociais, tais como cortes de cabelo, orientações médicas e atendimento diferenciado às crianças. Como resultado desse período de atuação, algumas famílias já se decidiram por Cristo.

O testemunho de G

Um dos frutos gerados na Cracolândia é a jovem G. Em julho de 2009, soube da atuação dos Radicais e decidiu procurá-los a fim de encontrar libertação. Apesar de tímida, contou que havia deixado a Bahia após algumas desavenças familiares. Chegando a São Paulo, se virou como pôde para se alimentar e conseguir abrigo. No crack viu a forma mais barata para fugir dos problemas, mas o que não sabia era que essa viagem custaria nada menos que anos de vida. Contou que tinha uma filha, que era cuidada por uma amiga. Quando dava, fazia uma breve visita para controlar a saudade, mas a tentação das drogas falava mais alto, fazendo-a retornar às ruas. Felizmente, após ser encaminhada para uma casa de recuperação, G. encontrou um novo caminho e, no dia 27 de Dezembro de 2009, confirmou sua decisão por Cristo, descendo às águas batismais na Primeira Igreja Batista de São Paulo (igreja que dá o apoio logístico e institucional ao projeto). A emoção foi grande e a certeza de se estar no caminho certo ainda maior.

Projeto Retorno (Igreja Quadrangular) e Missão Cena

Outra missão dando muitos frutos para o Reino no local é o Projeto Retorno, com muita experiência em ações com tribos urbanas. O casal responsável pelo ministério na Cracolândia é o Pr. Jair e a esposa Nildes Nery, que, em uma atitude ousada, se mudaram com as filhas Talita e Lais da Bahia para São Paulo encarando o desafio proposto pela Igreja do Evangelho Quadrangular. Hoje eles não somente trabalham, mas também moram no coração da Cracolândia, arriscando a própria segurança e esquecendo a própria comodidade pelo Reino na vida dos usuários de crack. Além da missão junto aos viciados, o casal também atua coordenando a ações de dezenas de jovens em prol da cidadania de homossexuais e prostitutas atuando na área.

A Missão Cena é outra missão atuando na área. Esta turma do bem coopera para os serviços básicos da população local oferecendo meios de higiene pessoal, assistência médica, roupas, alimentação, cursos e atividades interativas, como danças, artesanatos, capoeira e outras.

“Agora que vi, sou responsável”

Thaís Chioqueti conta como foi sua primeira experiência no local: Um dos jovens da igreja sugeriu um programa diferente para nossa reunião e programou uma “visitinha” ao local para distribuirmos comida. Compramos 300 hot-dogs e juntamos 30 jovens em um sábado à noite. Não deu nem pro cheiro... Saímos do espaço da Missão Cena, todo mundo feliz e alegre, com os celulares devidamente escondidos nos bolsos, bandejas e mais bandejas com lanches e garrafas de suco. Depois de uns cinco minutos de caminhada viramos uma esquina. Naquele momento as 30 pessoas com lanches foram literalmente engolidas por uma multidão de – sem exageros – umas 500 pessoas moradoras de rua, profundamente drogadas, bêbadas, sujas e o que mais você imaginar. Foi um soco no estômago. O inferno existe mesmo e fica ali na Cracolândia, com certeza. Os 300 lanches acabaram em cinco minutos, muita gente ficou sem. É incrível imaginar como aquele mar de gente vive ali, todas as noites... ex-psicólogos, ex-universitários, ex-advogados e também ex-pastores. Os que não estavam “lesados” demais conversavam com a gente e naquele momento vimos como os vícios e os prazeres da carne roubam a identidade das pessoas. Ninguém era alguém lá. Todo mundo era escravo da droga e fim. Foi um baque para o grupo todo. O mais incrível é perceber que a maior transformação aconteceu dentro de mim. É como aquela música da Brooke Fraser que diz: “Now that I have seen, I am responsible” (“Agora que vi, sou responsável”). Deus me lembrou o quanto Ele é misericordioso comigo e o que Ele espera de mim com relação a seus outros “filhinhos”.


E quem mais pode ajudar

Há outros grupos de evangélicos atuando na área, em maior número do que este espaço nos permite honrar. Se o poder público não quer despender esforços no resgate destas vidas, ou mesmo não acredita que tais vidas possam ser resgatadas, há quem pense diferente. Um grupo valoroso de evangélicos brasileiros vive a certeza de que o esforço compensa. Nossa gente sabe que não existe droga que não se consiga vencer pelo Sangue de Jesus! A mentira do Crack é apenas mais uma causa derrotada do inimigo. Em Jesus, os crentes irão transformar, em pouco tempo, a Cracolândia em Cristolãndia, para a honra e glória de Quem nos sustenta.

Provérbios 23:32-25 No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. E serás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei?…

terça-feira, 6 de abril de 2010

Pastores Mortos - Emocionam Bombeiros

Acidente: pastores louvam ao Senhor até o último fôlego de vida.



Pastores presos nas ferragens de acidente louvam à Deus com hinos e levam os bombeiros às làgrimas.


Dois pastores evangélicos e um motociclista morreram num acidente envolvendo sete veículos, na manhã de ontem, na Rodovia do Contorno, trecho da BR 101 que liga Serra a Cariacica.

Os religiosos pertenciam à Igreja Assembleia de Deus e haviam saído de Alegre, município da Região Sul do Estado, rumo a uma convenção estadual da igreja em Nova Carapina II, na Serra.

Os veículos - cinco caminhões, uma moto e um automóvel Del Rey - bateram um atrás do outro. O engavetamento aconteceu às 8h15, no quilômetro 277, na Serra. Os pastores estavam no carro.

Tudo começou quando um caminhão freou por causa do intenso fluxo de carros no sentido Cariacica - Serra. Os veículos que vinham atrás dele frearam também, mas o último caminhão - de uma empresa de cerveja - não conseguiu parar a tempo. Com isso, os veículos que estavam à frente foram imprensados uns contra os outros.

Os pastores José Valadão de Souza e Nelson Palmeira dos Santos e o motociclista Jonas Pereira da Silva, 52 anos, morreram no local. Dois outros pastores, que também estavam no Del Rey, sobreviveram, e o motorista de um dos caminhões sofreu arranhões nas pernas. Nenhum dos outros caminhoneiros ficou ferido.

O proprietário e condutor do Del Rey é o pastor Dimas Cypriano, 61 anos, do município de Alegre. Ele saiu ileso do acidente e teve ajuda do motorista José Carlos Roberto, carona de um dos caminhões, para sair do veículo.

Seu amigo de infância, o pastor Benedito Bispo, 72, ficou preso às ferragens. Socorristas do Serviço Médico de Atendimento de Urgência (Samu) e bombeiros fizeram o resgate dele. O pastor teve politraumatismo e foi levado para o Hospital Dório Silva, na Serra.

A mulher de Benedito chegou a ver o marido sendo socorrido e teve que ser amparada por um familiar. Ela também seguia para a convenção num outro veículo. A rodovia ficou interditada durante vários momentos da manhã de ontem nos dois sentidos. O trecho só foi totalmente liberado no início da tarde.

O pastor Dimas Cypriano, que sobreviveu ileso ao acidente na manhã de ontem, no Contorno, contou que usava cinto de segurança e que ficou preso ao tentar sair. Ele dirigia o Del Rey e disse que precisou de ajuda para sair do carro. Mas depois continuou no local, acompanhando os trabalhos de resgate do colega, Benedito Bispo. Nas mãos, levava uma Bíblia que ficou suja de sangue. Mas isso não impediu que o pastor orasse durante o socorro.

O mais comovente do triste episódio, foi o relato dado por 2 pastores sobrevivente, e pelos bombeiros que tentavam tirar os pastores ainda com vida, que estavam presos nas ferragens.

As testemunha citadas acima, contam que os pastores Nelson Palmeiras e João Valadão, ainda com vida e presos nas ferragens, em meio a um mar de sangue que os envolvia, começaram a cantar o Hino 187 da harpa cristã:


 
Mais perto

Quero estar meu Deus de ti!

Ainda que seja a dor

Que me una a ti,

Sempre hei de suplicar

Mais perto

Quero estar meu Deus de ti!



Andando triste

Aqui na solidão

Paz e descanso

A mim teus braços dão

Nas trevas vou sonhar

Mais perto

Quero estar meu Deus de ti!



Minh'alma cantará a ti Senhor!

E em Betel alçará padrão de

Amor,

Eu sempre hei de rogar

Mais perto

Quero estar meu Deus de ti!



E quando Cristo,

Enfim, me vier chamar,

Nos céus, com serafins irei

Morar

Então me alegrarei

Perto de ti, meu Rei, meu Rei,

Meu Deus de ti!





Aos poucos suas vozes foram silenciando-se para sempre.
As lagrimas tomaram conta dos bombeiros, acostumados a resgatar pessoas em acidentes graves, porem jamais viram alguem morrer cantando um hino; como foi o caso dos pastores Nelson Palmeiras e João Valadão .