terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vejam o que o Professor de Informática da USP fala sobre o Orkut

Dêem uma pausa e reflitam sobre a verdade do que está escrito abaixo. O ORKUT apareceu como uma forma de contatar amigos, saber notícias de quem está distante e mandar recados. Hoje está sendo utilizado com o propósito de, creio ser o seu maior trunfo, obter informações sobre uma classe privilegiada da população brasileira. Por que será que só no Brasil teve a repercussão que teve? Outras culturas hesitam em participar sua vida e dados de intimidade, de forma tão irresponsável e leviana... Por acaso você já recebeu um telefonema que informava que seus filhos estavam sendo seqüestrados? Sua mãe idosa já foi seguida por uma quadrilha de malandros ? Já te abordaram num barzinho, dizendo que te conheciam faz tempo? Já foi a festas armadas para reencontrar os amigos de 30 anos atrás e não viu ninguém? Pois é.. Ta tudo lá. No ORKUT. Com cinco minutos de navegação eu sei que quantos filhos você tem, ou se não tem, se tem namorado/a, sei que estuda no colégio tal, ou que trabalha em tal lugar, sei que freqüenta tais cinemas, tais bares, tais festas ...sei nome de familiares, sei nome de amigos; sei sei sei ! E o melhor de tudo, com uma foto na mão! Identifico seu rosto em meio a multidões, na porta do seu trabalho, no meio da rua. Afinal, já sei onde você está. É só ler os seus recadinhos. Faço um pedido: Quem quiser se expor assim, faça-o de forma consciente e depois não lamente, nem se desespere, caso seja vítima de uma armação. Mas poupe seus filhos, poupe sua vida Íntima. O bandido te ligou pra te extorquir dinheiro também porque você deixou... A foto dos meninos estava lá.. Teu local de trabalho tava lá. A foto do hotel 5 estrelas na praia tava lá. A foto da moto que está na garagem estava lá. Realmente somos um povo muito inocente e deslumbrado. Por enquanto, temos ouvido falar de ameaças a crianças e idosos. Até que um dia a ameaça será fato real. Tarde demais. Se você me entendeu, ótimo! Reveja sua participação no ORKUT, ou ao menos suprima as fotos e imagens de seus filhos menores e parentes que não merecem passar por situações de risco que você os coloca. Oriente seus filhos a esse respeito ,pois colocam dados deles e da família sem pensar em conseqüências, fazem isso pelo desejo de participar, mas não sabem ou não pensam no perigo de se dar dados pessoais e da família para que qualquer pessoa veja. Se acha que não tenho razão, deve se achar invulnerável. Informo que pessoas muito próximas a mim e queridas já passaram por dramas gratuitos, sem perceber que tinham sido vítimas da própria imprudência. A falta de malícia para a vida nos induz a correr riscos desnecessários... Não só de Orkut vive a maioria dos internautas. Temos uma infinidade de portas abertas e que por um descuido colocamos uma informação que pode nos prejudicar. Disponibilizar informações a nosso respeito pode se tornar perigoso ou desagradável. Portanto, cuidado ao colocar certas informações na Internet. Não conhecemos a pessoa ou as pessoas que estão do outro lado da rede. O papo pode ser muito bom, legal. Um abraço, Marco André Vizzortti Professor de Informática da USP (Universidade de São Paulo) ATENÇÃO ESTA CAMPANHA É MUITO IMPORTANTE PARA SUA SEGURANÇA E DE SEUS FAMLIARES

sábado, 19 de setembro de 2009

Com tantas e tantas Correntes Milagrosas, pra quê Cristo?

Bem, não sei se foi sonho, visão, ou se foi fruto de minha imaginação. Mas que eu vi, vi. Vi um membro da igreja “O Céu Aqui e Agora” com uma Bíblia em suas mãos. Notei que o Livro Sagrado que ele carregava, tinha volume muito reduzido.
Chegando mais para perto dele, pude observar que a sua Bíblia não continha o Novo Testamento. Fiquei muito curioso, e resolvi abordar o portador do referido livro:─ Moço! Sua bíblia está faltando a parte principal. A parte que fala da história de Cristo.Fiquei pasmo e estático com o sermão que ele me pregou como resposta, o qual, passo a relatar aqui na íntegra:
● Se em minha igreja, através de sacrifícios, eu me relaciono diretamente com Deus ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho o “Manto Sagrado da Prosperidade” para tocar, e tal qual uma vara de condão, adquirir tudo de “bom” que existe na terra, além de transformar o meu saldo bancário de devedor em credor ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho comigo o exército dos “Trezentos e dezoito”, que pelejam por mim ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho a “Escada do Sucesso” para escalar e alcançar os píncaros da prosperidade financeira ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho o “cajado de Moisés” para me fazer atravessar os “mares vermelhos” da vida ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho a “água do Rio Jordão” para curar sarnas, lepras, psoríases e outras dermatoses de origem demoníaca ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho o “Óleo do Jardim das Oliveiras” para curar as minhas cefaléias e depressões ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho a “Rosa Ungida” para me trazer a paz de espírito ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho a água do “Mar da Galiléia” para usar como colírio, a fim de tirar a concupiscência dos olhos ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho semanalmente a “Sessão do Descarrego”, que me limpa de todo o pecado ─, para que Cristo afinal?
● Se eu tenho, com uma simples contribuição monetária - o direito de participar da “Fogueira Santa de Israel” e receber instantaneamente tudo que almejar ─, para que Cristo afinal?
●.Se eu tenho a qualquer hora, quem tire os meus “encostos” que atrapalham a minha vida familiar ─, para que Cristo afinal?
Depois de expor o seu rosário de práticas, evidenciando a desnecessidade de recorrer a Cristo, o moço desapareceu subitamente de minha visão. Fiquei então a matutar com os meus botões.Foi a partir desse encontro emblemático, que eu pude entender a razão pela qual, na visão daquele jovem, tudo tinha que ser pago: “é que ele realmente não conhecia ainda as ‘Boas Novas’ do Evangelho, onde tudo é de graça, por graça e pela graça”.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Noites de luta e reggae enchem igrejas evangélicas no Brasil

A atmosfera estava elétrica na igreja Renascer em Cristo na noite de "Extreme Fight". Seguidores da igreja vestiam jeans e tênis, muitos com bonés virados para trás, e se alinhavam num ringue de boxe temporário para aplaudir lutadores de jiu-jitsu de peitos desnudos.

Com a multidão ainda vibrando, o pastor Mazola Maffei, vestido em calças militares e camiseta, pegou o microfone. Maffei, que também é o treinador de luta de Meira, então deixou a multidão absorta com um sermão sobre a ligação entre esportes e espiritualidade. "Vocês precisam praticar mais o esporte da espiritualidade", ele recomendou. "Vocês precisam lutar pelas suas vidas, pelos seus sonhos e ideais". A Renascer em Cristo está entre o crescente número de igrejas evangélicas no Brasil que estão encontrando maneiras de se conectar com pessoas mais jovens para aumentar suas fileiras. De noite de luta à música reggae, de videogames a tatuadores no local, as igrejas ajudaram a fazer o movimento evangélico o movimento espiritual que cresce mais rápido no Brasil. Igrejas evangélicas estão atraindo brasileiros para longe do catolicismo romano, a religião dominante no Brasil. Em 1950, 94% dos brasileiros disseram ser católicos, mas o número caiu para 74% em 2000. Enquanto isso, a percentagem daqueles que dizem ser evangélicos se multiplicou por cinco neste período, atingindo 15% em 2000. Um novo censo do governo deve sair no ano que vem. Apesar da grande conexão do Brasil com o catolicismo, mais e mais brasileiros querem experimentar e escolher sua própria religião, diz Silvia Fernandes, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que escreveu um livro sobre o movimento evangélico no Brasil. Ela disse que mais brasileiros foram atraídos para as igrejas evangélicas ou o pentecostalismo, para uma "flexibilidade na expressão religiosa". Eles vêem igrejas como a Renascer como lugares onde eles podem se expressar mais livremente e "não apenas procurar soluções para problemas pessoais, mas também encontrar um lugar para conhecer pessoas e socializar". Meira disse que para jovens que procuram salvação, o evangelismo pode preencher uma lacuna. "Aqui eles entram na igreja, às vezes para ver uma competição de luta, recebem a palavra de Jesus Cristo, e começam uma transformação. Eles vão deixar as drogas, começar a respeitar sua família e começar a curar doenças da alma, como ansiedade, depressão, drogas, álcool e prostituição", disse.

O crescimento do movimento evangélico jovem visa brasileiros de todas as classes. Na igreja Bola de Neve, jovens profissionais se misturam a outros de famílias de renda mais baixa e problemáticos.

Pastores lideram um rebanho de mais de 2.500 membros nas noites de domingo estimulados por músicas de reggae e rock, com letras religiosas projetadas em uma enorme tela.O "apóstolo" da igreja, Rinaldo Pereira, disse que teve uma experiência próxima à morte relacionada a drogas e hepatite 17 anos atrás, antes de um evento "sobrenatural" o levar a dedicar a sua vida a Deus.

Em 1999, Pereira e outros poucos surfistas ávidos fundaram a Bola de Neve, inspirados pela ideia de que uma bola de neve começa pequena mas pode crescer e ficar grande. A igreja recebeu seu impulso inicial de um empresário de roupas de surf, que emprestou um auditório para a igreja. Precisando de um altar para sua primeira cerimônia, Pereira pegou uma prancha de surf que viu no corredor e a colocou em algumas cadeiras.Hoje a igreja diz ter cem unidades, a maioria no Brasil. Uma delas, na Barra da Tijuca, área do Rio de Janeiro perto da praia, começou três anos atrás, com sete pessoas, e agora tem cerca de 3.000 integrantes.

Esportes e música "superam todos os tipos de limites", disse Pereira em uma entrevista."As pessoas podem não entrar numa igreja, mas definitivamente vão assistir a uma luta, a um campeonato de surf, a um evento musical", ele disse. "Tanto o esporte quanto a música transmitem uma mensagem para o público".Em São Paulo, a igreja é verdadeiramente um assunto familiar. Num domingo, Pereira, de 37 anos, fez um sermão que durou três horas, ainda usando uma prancha de surf de cabeça para baixo como seu púlpito. A mulher dele, Denise, que também é pastora, aqueceu a multidão, cantando com força letras com uma banda de rock às suas costas.

No porão da igreja, o filho deles de 16 anos de idade, Nathan, liderou uma multidão de adolescentes e jovens. O pastor "em treinamento", de cabelo espetado, fez um sermão sobre Jesus Cristo com habilidade de talk-show. Em determinado momento, ele segurou um recipiente de plástico branco e estimulou os jovens seguidores a fazer doações, assegurando a eles que Deus "daria de volta em dobro" o que quer que eles oferecessem.Escadas acima, onde seu pai fazia um sermão, um homem e uma mulher jovens tomam o palco e declaram seu amor. Pereira parabeniza pelo menos dois jovens casais por seus novos bebês, segurando-os para o alto para todos verem.

À medida que seu sermão atinge o clímax, os membros fecham seus olhos firmemente e seguram os braços, como num transe, cantando e se balançando com a música enquanto lágrimas escorrem em seus rostos.Depois da cerimônia, Dom Luiz Bayeux, de 22 anos, contou como chegou ali. Ele cresceu num lar problemático, onde seu padrasto, um viciado em crack, morreu de Aids. Aos 13 anos, um rebelde Dom começou a sua vida no crime. Cinco anos depois, sua busca para escapar do vício o levou a muitos lugares e a várias religiões.Depois de fracassar em um exame para entrar para as Forças Armadas, ele se lembrou de ter ouvido falar sobre a Bola de Neve. No dia em que ele chegou, o pastor disse aos membros: "Vocês estão aqui para entrar para o Exército de Jesus Cristo".

Para ele, era uma intervenção divina. "O fato de que aqui as pessoas falam a mesma língua e vivem no mesmo estilo de vida que eu foi o que realmente me atraiu a este lugar, e o que me ajudou a me manter aqui", ele disse.

*Com a colaboração de Mery Galanternick, no Rio de Janeiro

Tradução: Marcelle Ribeiro

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Como Zaqueu, eu quero descer...

Alguns internautas têm me instigado a analisar a composição “Faz um milagre em mim”. Eu vinha evitando fazer isso, a fim de não provocar a ira dos fãs do cantor que interpreta esse hit “evangélico”. Afinal, vivemos em uma época em que dar uma opinião à luz da Bíblia desperta a fúria daqueles que dizem ser servos de Deus, mas são, na verdade, fãs, fanáticos e cristãos nominais.
Resolvi, pois, atender os irmãos que desejam obter um esclarecimento quanto ao conteúdo da canção mais cantada pelo povo evangélico na atualidade, a qual começa assim: “Como Zaqueu, eu quero subir o mais alto que eu puder”. Primeira pergunta para reflexão: Zaqueu, quando subiu na figueira, era um seguidor de Jesus, um verdadeiro adorador? Não. Ele era um chefe dos publicanos, desobediente a Deus e corrupto (Lc 19.1-10). Nesse caso, como um crente em Jesus Cristo, liberto do poder do pecado, pode ainda desejar ser como Zaqueu, antes de seu maravilhoso encontro com Jesus? Segunda pergunta para reflexão: Por que Zaqueu subiu naquela árvore? Ele estava sedento por salvação? Queria, naquele momento, ter comunhão com Jesus? Não. A Palavra de Deus afirma: “E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um varão chamado Zaqueu; e era este chefe dos publicanos, e era rico. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura” (Lc 19.1-3). Ele não subiu na figueira porque estava desejoso de ter comunhão com Jesus, mas porque estava curioso para vê-lo. Terceira pergunta para reflexão: O verdadeiro adorador deve agir como Zaqueu, ou como o salmista, que, ao demonstrar o seu desejo de estar na presença de Deus, afirmou: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.1,2)? Será que o pecador e enganador Zaqueu tinha a mesma sede do salmista? Por que um verdadeiro adorador desejaria ser como Zaqueu? Mas o hit “evangélico” continua: “Só pra te ver, olhar para ti e chamar sua atenção para mim”. Outra pergunta para reflexão: Será que precisamos subir o mais alto que pudermos para chamar a atenção do Senhor? Zaqueu, segundo a Bíblia, subiu na figueira por curiosidade. Mas Jesus, olhando para cima, lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5). Observe que não foi Zaqueu quem chamou a atenção de Jesus. Foi o Senhor quem olhou para cima e viu aquele pecador perdido e atentou para ele (cf. Mt 9.36). A atitude de Zaqueu que nos serve de exemplo não foi o subir, e sim o descer, para atender o chamamento de Jesus: “E, apressando-se, desceu, e recebeu-o gostoso” (Lc 19.6). Por conseguinte, pergunto: O adorador, salvo, transformado, precisa subir para chamar a atenção de Jesus? Não. Na verdade, o Senhor está com o contrito e abatido de espírito (Is 57.15). Espiritualmente falando, Ele atenta para quem desce, e não para quem sobe (Sl 138.6; Lc 3.30). Mais uma pergunta para reflexão: Se a atitude que realmente recebe destaque, na história de Zaqueu, foi a sua descida, por que a canção enfatiza a sua subida? O mais lógico não seria cantar “Como Zaqueu, eu quero descer”? Reflitamos. Afinal, como diz uma frase que circula na grande rede, o Senhor Jesus morreu para tirar os nossos pecados, e não a nossa inteligência. A composição não é de todo condenável, pois o adorador que se preza deve mesmo cantar: “Eu preciso de ti, Senhor. Eu preciso de ti, ó Pai. Sou pequeno demais, me dá a tua paz”. Mas, a frase seguinte provoca outra pergunta para reflexão: “Largo tudo pra te seguir”. Estamos mesmo dispostos a largar tudo para seguirmos ao Senhor? E mais: É preciso mesmo largar tudo para segui-lo? O que o Senhor Jesus nos ensina, em sua Palavra? Em Mateus 16.24, Ele disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. Renunciar não é, necessariamente, abandonar, largar, mas pôr em segundo plano. A própria família pode ser um obstáculo para um adorador. Deve ele, nesse caso, largá-la, abandoná-la? Claro que não! Renúncia equivale a priorizar uma coisa em detrimento de outra. Não precisamos largar a família, o emprego, etc. para seguir o Senhor! Mas precisamos considerar essas coisas secundárias ante a relevância de priorizar a comunhão com Jesus (Mt 10.27). Nesta última passagem vemos que o adorador deve amar prioritariamente o Senhor Jesus, mas sem abandonar tudo para segui-lo! Não confundamos renúncia com abandono. O que devemos largar para seguir a Jesus é a vida de pecado, e não tudo. A canção continua: “Entra na minha casa. Entra na minha vida”. O compositor se refere a Zaqueu, mas não foi este quem convidou o Senhor para entrar em sua casa. Na verdade, foi Jesus quem lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5). Nota-se, pois, que esta parte da canção não é essencialmente cristocêntrica, e sim antropocêntrica. Mais uma pergunta para reflexão: O hit em apreço prioriza a obra que Jesus faz na vida do pecador, ou dá mais atenção ao que o homem, o ser humano, faz para conseguir o que deseja? A canção enfatiza a Ajuda do Alto, ou a autoajuda? Outra pergunta: Um verdadeiro adorador, um servo de Deus, alguém que louva a Jesus de verdade, que canta louvores ao seu nome, não é ainda uma habitação do Senhor? Por que pedir a Ele que entre em nossa casa e em nossa vida, se já somos moradas de Deus (Jo 14.23; 1 Co 6.19,20)? A parte mais contestada da composição em apreço sinceramente não me incomoda muito: “Mexe com minha estrutura. Sara todas as feridas”. Que estrutura seria essa? No Salmo 103.14 está escrito: “... ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó”. Deus, é claro, conhece-nos profundamente. Ele conhece a totalidade do ser humano: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Hb 4.12). Creio que o compositor tomou como base o que aconteceu com Zaqueu. O seu encontro com o Senhor mudou a sua vida por completo, “mexeu com a sua estrutura” (Lc 19.7-10). Deus faz isso na vida do pecador, no momento da conversão, e continua a transformar os salvos, a cada dia (2 Co 3.18). Quanto a sarar feridas, o Senhor Jesus de fato nos cura interiormente. Mas não pense que estou aqui defendendo a falsa cura interior, associada a regressão psicológica, maldição hereditária, etc. Não! O Senhor Jesus, mediante a Palavra de Deus e a ação do Espírito Santo, cura os quebrantados do coração, dando-lhes uma nova vida (Lc 4.18; 2 Co 5.17). Diz ainda a canção: “Me ensina a ter santidade. Quero amar somente a ti. Porque o Senhor é o meu bem maior”. Sendo honesto e retendo o que é bom na composição (1 Ts 5.21), Deus, a cada dia, nos ensina a ser santos, em sua Palavra (Hb 12.14; 1 Pe 1.15-25). Além disso, Ele é, sem dúvidas, o que temos de mais precioso mesmo e, por isso, devemos amá-lo acima de todas as coisas (2 Co 4.7; Lc 10.27). Quanto à última frase “Faz um milagre em mim”, o compositor comete o mesmo erro de português constante da campanha de publicidade da Embratel: “Faz um 21”. Na verdade, no caso da canção o correto seria: “Faze um milagre em mim”. E, no caso da Embratel: “Faça um 21”. Quer saber por quê? Aí já é querer demais, não é? Investigue, pesquise, caro internauta, principalmente se você é um editor de blog. Conhecer o vernáculo é uma necessidade de quem lida com textos. Diante do exposto, que os pecadores, à semelhança de Zaqueu, desçam, humilhem-se, a fim de receberem a gloriosa salvação em Cristo (Lc 18.9-14). E quanto a nós, os salvos, os verdadeiros adoradores, em vez de subirmos o mais alto que pudermos, que também desçamos a cada dia, humilhando-nos debaixo da potente mão de Deus (1 Pe 5.6), a fim de que Ele nos ouça e nos abençoe (2 Cr 7.14,15). Amém? Ciro Sanches Zibordi

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Era uma igreja muito engraçada não tinha teto, não tinha nada.

Vale ler esse texto até o fim, caiu como uma luva nesse momento de reflexão sobre a "igreja" que devia ser a IGREJA... Muito bom!!!
Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, sonhei com uma igreja esquisita. Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som. A igreja era só as pessoas. E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias. Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre. Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono ou Irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Ricardo...
Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo. Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Paulo dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Tiago dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”. Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases. Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante. E foi dessa forma que o Agenor, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dinorá, faxineira.
Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.
Quando eu perguntei sobre o horário de culto, Marcelo não soube me responder e disse que o culto não começava nem acabava. Deus era constantemente cultuado nas vidas de cada membro da igreja. Mas ele me disse que a igreja normalmente se reunia esporadicamente, pelo menos uma vez por semana em que a maioria podia estar presente. Normalmente era um churrasco feito no sítio do Horácio e da Paula, mas no sábado em que eu participei, foi uma macarronada com frango na casa da Filomena. As pessoas iam chegando e todos comiam e bebiam o suficiente. Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos. Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou. Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas. Depois foi a vez de Sueli puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do marido que havia falecido há pouco tempo. Todos cantaram e choraram com ela. Dessa vez foi Tiago que orou. Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja. Quando o sol estava se pondo, Filomena trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia. O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo. Acordei com um padre da Inquisição batendo à minha porta. Junto dele estavam pastores, bispos, policiais, presidentes, ditadores, homens ricos e um mandado de busca. Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião. Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”. Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada... aquela é apenas a igreja dos meus sonhos”.
por: Tonho [ex-coordenador do UG -Min. Jovem do Portas Abertas]